Na região da Ribeira de Seiça, em zonas de campos agrícolas, existem ainda vestígios de alguns dos muitos moinhos que outrora funcionavam nesta área.
Na aldeia do Casenho, freguesia da Borda do Campo, situa-se o último moinho em pleno funcionamento. Com 86 anos e com a força que a saúde ainda lhe permite é junto às mós que Manuel Carvalho se sente feliz, mas lamenta que mais ninguém queira aprender o ofício. Para este moleiro o seu moinho é a sua vida e antes que se perca para todo o sempre, urge preservar este património vivo, para além do edificado.
Foi com a consciência da necessidade de preservar um pouco deste património que realizámos esta reportagem. Neste vídeo é possível observar uma actividade menos vista pelo público em geral, mas fundamental para o bom funcionamento do moinho – o picar da pedra.
Moinhos da Ribeira de Seiça e do Casenho
Numa região de campos férteis e de linhas de água, outrora navegáveis, rodeada por florestas, arrozais e pauis, Seiça sempre teve uma influência mística para quem a visita, transmitindo a sensação de podermos viajar até ao passado. A história deste lugar cruza-se com a lenda do abade João, monge retirado no Mosteiro de Lorvão, que recebeu do rei Ramiro I, de quem era tio paterno, a doação da vila de Montemor-o-Velho.
Utilizada tanto pelos monges como pelas povoações, a ribeira de Seiça e o controlo dos canais de água revelaram-se fundamentais tanto para a agricultura, como para a implementação de diversos moinhos de rodízio nesta região. Para além desta ribeira, existem outros cursos de água, tal como o rio Pranto e seus afluentes, que permitiram igualmente a instalação de moinhos nas suas margens.
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E com muito prazer que vejo no You-tube a reportagem sobre o moinho do Casenho. Esta faz-me lembrar da força dos braços dos nossos antepassados para moldar os cursos de água para a rega e outras necessidades. Falo neste curso de água que vinha desde a Marinha das Ondas até ao Rio Pranto outrora límpido, quem ainda se lembra da fábrica dos pirolitos em Seiça, e agora poluído com os dejectos da Marinha das Ondas, estou a pensar também em todo o perímetro de Rega e drenagem dos campos de arroz do Campo Velho e Marnoto. Mas agora prendo-me especificamente no sistema de rega que vinha da nascente da Balsa até à Fonte dos Tomares, aproveitando o declive natural dos terrenos e todos os proprietários confinantes tinham os seus dias de rega, sem gastos de qualquer esforço braçal ou combustível. Este sistema actualmente está degradado pelo abandono do cultivo dos terrenos confinantes, mas ainda recuperável e talvez os nossos descendentes venham a apreciar melhor do que os eucaliptais e terrenos abandonados em que a freguesia da Borda do Campo se transformou. Este curso de água recuperado em toda a sua extensão, certamente que teria muitos pontos de interesse para passeios pedestres ou em bicicleta.
Franklin Carvalho, Lisboa
Parabéns ao autor pela ótima descrição.
É comovente ver o meu amigo e parente labutando no seu moinho, onde em
criança, tantas vezes brinquei.
Obrigado.
Muito Obrigado pela visita ao site Bordadocampo, tentamos mostrar um pouquinho da nossa terra.
Com os melhores cumprimentos e obrigado.